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sexta-feira, 31 de maio de 2013

Apreender a leitura e amar o livro...no Perú

A historia começa há quatro anos quando às mãos de Juan Luis, de 9 anos de idade, chega “Clemencia, la vaca”...

Era um livro pequeno, pleno de desafios e um enredo que não deixou mais até chegar à ultima página...Mas não o fez por obrigação. O Professor não deixou as crianças lerem o livro sozinhos, no seu canto e em silêncio como seria hábito, ou "natural" até então... mas sim juntos e de forma partilhada, lendo, interpretando, teatralizando a história.  E assim a cada nova leitura, a cada novo livro lido em conjunto a diversão, a descoberta, a compreensão foi -se desenvolvendo. 
O Juan Luis, esse menino de olhos pequenos, abrem-se-lhe horizontes a cada página lida!
Frente ao nevado Pitusiray, na comunidade de Banderayoc, Juan Luis e o seus quatro irmãos menores, não sabem hoje o que é a vida sem livros de histórias... Agustina, mãe de Juan Luis, recorda o que lhe contava a sua avó sobre uma ave e o zorro... Feliciano, o pai, conta que em breve estarão prontos os quartitos que construiu com adubo e palha para que cada um tenha um lugar onde estudar ... A 3.900 metros de altitude a felicidade de Juan Luis é o seu presente. Mas para que a história de Juan Luis exista, há quatro anos que começou um trabalho forte e diário na provincia de CALCA, a maio de uma hora de Cusco... Treze colégios, tanto urbanos como rurais, foram os escolhidos  para mudar a pobre realidade de comprensão da leitura. Em média em cada 100 crianças apenas 28 entendiam aquilo que liam. Hoje, realizado todo este trabalho são já 71, dessa centena as crianças que apreendem o que lêem, revela Daniel Yépez, assessor nacional em Crianças e Educação da ONG World Vision Perú.
“Hay que entender que cada niño es un agente de cambio y que no es una víctima; solo necesita oportunidades”, dice Yépez.
Com esta premissa, World Vision acordou com a Unidad de Gestión Educativa Local (UGEL) de Calca o início das LudoBibliotecas nos colégios, espaços amigos para que as crianças percam o medo e  adquiram o gosto pelo livro e a leitura. O objectivo é que cada criança gosto do que lê e por consequência o entenda, diz  Dennis Huayhua, director da UGEL
A capacidade dos professores com estratégias de animação da leitura foi o primeiro passo, quando no final de 2008 tudo começou. Logo se seguiu o compromisso das autoridades locais com projectos como o "Festival da  Leitura" e o mais importante,que daí adveio, é o papel dos pais neste acarinhar das crianças ao livro.
“Los papás nos preguntaban cómo iam a enseñarles a leer si muchos de ellos no sabían hacerlo”, realça Marisol Maldonado, educadora da ONG. “Conta a teus filhos a historia de como se enamoraram e das lendas dos seus povos”, recomendava-lhes... E os pais assumiram mesmo essa responsabilidade que viria a incluir uma percentagem das suas economias para comprar livros. Agora que a experiência piloto terminou a UGEL vai alargar este seu trabalho a 111 colégios.
E lá nas alturas de Calca, a fria escolhinha de Chaipa é um lugar feliz. Ainda que alguns pais se recusem, as crianças vão com os seus trajes tipicos e coloridos para a escola, aprendendo com orgulho a ser o que e quem são!!! 
Aprendem lendo em Quechua e também em Castellano. Para entender também teatralizam, as suas histórias. 
A uma hora de Chaipa, no colégio San Román de Calca, o toque do recreio já soou ... Ruby com os seus 9 anitos, corre feliz até à biblioteca. Agarra um livro ilustrado de Julio Ramón Ribeyro e abraça-o  como se fosse uma boneca... “Yo tele no veo mucho. Más me gusta leer”, diz a petiz sentando-se sobre a mochila e de forma apoiada com os cotovelos no solo, perde-se nas páginas coloridas. Ali ao lado outras crianças descobrem outras histórias...
“A ideia de ir à biblioteca como castigo há muito que deixou de existir ...e aos meus alunos recomendo-lhes que leiam 15 minutinhos antes de dormir. E outro dia, recebi uma mãe, queixando-se que o seu filho não queria dormir se não o deixasse pegar no livro, antes de adormecer ...” acrescenta com satisfação, Elvira Cáceres, a professora.
En Banderayoc, a história de Juan Luis prossegue. Mostra orgulhoso “El viejo y el mar”, o livro de Hemingway que leu em apenas dois dias. E já começou com “Mi planta de naranja lima”. 
Este conto não tem final..Dizer que a história do menino dos pequenos e doces olhos, manifestam agora o seu amor à leitura, num sentimento interminável ...e felizmente que assim é!

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