A luta de povos indígenas para preservar
a sua identidade e os seus territórios contra a expansão de actividades extractivas
acontece um pouco por toda a América Latina (mas não só, um pouco mundo fora,
num ignorar a história e as vivências próprias de cada povo). No México, a
norte do país é o caso dos huicholes — ou wixáritari, como se referem a si
mesmos, este povo de WIRIKUTA.
Uma
companhia mineira do Canadá - a First
Majestic Silver está prestes a dar início à extração de prata e zinco na região
de Wirikuta. O sinal verde do Governo Mexicano é o que falta para se dar o inicio
dos trabalhos, pois concessionada está já esta e inúmeras outras na região. De
acordo com o plano da empresa tudo começará com o fazer explodir do “Cerro
Quemado”, a montanha mais sagrada dos huicholes e o principal destino de suas
peregrinações religiosas. “Ali, de acordo com a tradição, o sol apareceu pela
primeira vez e espalhou a vida pela terra”. Mas afinal porque surge a luta ou
movimento dos povos indígenas, a que se aliaram ambientalistas, antropólogos,
sociólogos, os mexicanos de um modo geral mas também defensores da história e
da cultura, independentemente de serem mexicanos ou de outros países latinos
que o movimento contra este “atentado” expandiu-se ao planeta…
A razão é simples e perceptível … pois em 2000, Wirikuta
foi reconhecida pelo governo mexicano
como «área de protecção natural e lugar
sagrado». Será assim tão importante esta declaração..!!! Evidentemente que
sim apesar de ter vindo na sequência da
declaração feita pela UNESCO no mesmo sentido. Em 2008, foi reconhecido “o templo
natural dos huicholes como uma das 14 regiões sagradas da humanidade, necessitadas
de protecção” de acordo com o documento da Unesco.
Um movimento denominado “ Emergência MX” tem vindo a
chamar a atenção para a importância da região, levando até ao Presidente da República
a ideia de que o Governo Mexicano não pode, de um dia para outro mudar de posição
e esquecer os compromissos com as populações locais e com a UNESCO e que quer
os locais quer os Mexicanos de um modo geral não estão dispostos a aceitar a
destruição desta “área de culto e peregrinação, deste modo protegida e sagrada” que passou a ser, reconhecidamente do
México mas também do Mundo.

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